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Review por: Pablo Cruz Vieira                                                                26/12/2020

Valentine Volume 1 (Vanyda)

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Ao começar a ler Valentine, não tinha expectativa alguma. Comprei numa promoção da Amazon porque estava/estou numa fase obcecado, querendo ler qualquer HQ européia. Sim, por desconhecimento ou simplesmente pela dificuldade de achar bons quadrinhos europeus lançados no Brasil, só comecei a ler tais quadrinhos há pouco tempo. Até fico chateado por só descobrir esse novo mundo artístico recentemente. 


Enfim, nessa obsessão, comecei a ler Valentine. É claro que não esperava um Chabouté ou um Carlos Giménez. Na verdade, como dito acima, não esperava nada, apenas queria ampliar meu conhecimento e experiência com quadrinhos do velho continente. 


Para minha surpresa, gostei de Valentine! Essa confirmação só reforça que muitos álbuns europeus são acima da média. Ultimamente, no Brasil, se tem publicado álbuns bem diversificados (se considerarmos as temáticas que eles abordam). Tem hqs européias que falam da guerra, do primeiro amor, de casos policiais, adaptações de clássicos etc. A variedade é grande e tem para todos os gostos.


Falando especificamente de Valentine, a roteirista/desenhista Vanyda aborda o mundo dos adolescentes de maneira sensível e universal. Jovens de todo mundo podem se identificar com os dilemas vividos pela protagonista e suas amigas.


A HQ começa com Valentine indo para seu primeiro de escola, iniciando um novo ano letivo e reencontrando suas amigas que, por sorte/coincidência ficam na mesma classe.
 

Os temas recorrentes da adolescência estão todos lá: o amor platônico, a atração física, a timidez, as primeiras experiências românticas, com drogas, a criação e fortalecimento dos laços de amizade. Enfim, está tudo lá, criado de forma orgânica, sem forçação de barra.

 
Valentina, aparentemente (e realmente) é a mais sensata do grupo, vive apenas com sua mãe e demonstra, como qualquer adolescente,  dificuldade em expressar seus sentimentos. Nutre uma paixão platônica por um aluno da escola (Félix) e não consegue exprimir de forma apropriada seus sentimentos. Normal, é disso que a adolescência é feita: indecisões,  incertezas e irracionalidade para tomar decisões maduras, afinal, o adolescente é um ser humano em maturação.

 

Vanyda com uma narrativa simples e fluente capta de forma honesta esse mundo jovem. Seu traço é uma mistura dos quadrinhos europeus (mais precisamente, os franco-belgas) com o estilo de mangá (o quadrinho japonês). 


Essa mistura deve agradar os novos leitores, afinal, mangá sempre é adorado pela nova geração e os leitores mais experientes também irão gostar dele por possuir uma narrativa quadrinística boa e fluente.

 

Vale também ressaltar o bom trabalho realizado pela Editora Sesi-SP. HQ com capa cartonada, papel couché fosco com boa gramatura, 96 páginas. Sem dúvida, como exposto acima, é uma revista que irá cativar leitores experientes e, o mais importante, irá atrair leitores novos que se encantarão com uma história, ao mesmo tempo, sincera e singela.

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