Sinopse: O Bounty é imponente embarcação da frota real inglesa. Parte do porto de Spithead em dezembro de 1787 com a missão de buscar mudas de fruta-pão em ilhas do Pacífico, para levá-las ao Caribe. No início, a viagem vai bem, mas a vida de um bando de homens confinados em alto-mar está longe de ser tranquila. Animosidades, intrigas, rivalidades, todo sentimento negativo encontra terreno fértil para crescer ali. Para piorar, o arrogante capitão Bligh toma decisões arbitrárias e tenta controlar seus homens valendo-se de autoritarismo. Essa é uma receita que nem sempre dá certo... A ideia de um motim começa a tomar forma.

Motim a bordo, é um dos trabalhos mais maduros de um dos grandes quadrinistas do Brasil: Eduardo Vetillo.

O quadrinista, nascido em São Paulo, começou a desenhar muito cedo e foi influenciado por grandes autores como Alex Raymond. Viajou no início da década de 70 para os Estados Unidos para cursar a Escola de Artes Visuais de Nova York e o Instituto de Artes de Minneapolis. Voltando ao Brasil, criou o próprio estúdio e iniciou colaboração para diversas editoras do país como desenhista e capista de Spectreman, Turma do Didi, Trapalhões, Chet, Urtigão, Chaves e etc. Nos últimos anos, se especializou com produções de adaptação de literatura brasileira, internacional e fatos históricos para os quadrinhos. 

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Eduardo Vetillo conta a história real do navio inglês: HMS Bounty. Um navio inglês no qual parte da tripulação se amotinou contra seu comandante, o tenente William Bligh. O fato se deu nas primeiras horas da manhã do dia 29 de Abril de 1789, quando o Bounty fazia sua viagem de regresso à Jamaica e depois Inglaterra, trazendo um carregamento de mais de mil (1000) mudas de fruta-pão. A ideia seria plantar esta fruta na Jamaica para fazer dela um alimento bom e barato para os escravos. ("Mutiny and Romance in the South Seas" por Sven Wahlroos, 1989). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em seu quadrinho, belamente desenhado com cores vivas e muitas paisagens, Vetillo vai construindo aos poucos, um crescente motim pelos navegantes insatisfeitos com as atitudes do comandante. Minando a paciência dos marujos e ações inconsequentes com situações durante a viagem, além de uma relação de amor com uma nativa, o motim é orquestrado e tem sucesso. O quadrinista esbanja qualidade de desenho em mostrar cenas paradisíacas e técnica artística apurada ao colocar luz em uma parte do rosto dos personagens de acordo com a posição do sol no momento com uma técnica de pintura maravilhosa. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Um quadrinho para conhecer um pouco da história mundial de um quadrinista que soube reinventar sua técnica de desenho e de roteiro nas últimas décadas é uma boa leitura.