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Resenha por: Rafael de Azevedo                                                                       10/02/2021

Diomedes - o quadrinho brasileiro que já nasceu clássico

Diomedes - A trilogia do acidente em quatro partes

Editora Quadrinhos na Cia

432 páginas - Lourenço Mutarelli

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O que faz "Diomedes" ser um quadrinho que já nasceu clássico e um personagem que deveria estar no imaginário coletivo?

 

Lourenço Mutarelli já era conhecido como quadrinista na década de 90 por seus trabalhos intimistas, existencialistas e carregados de "luz e sombras" (literalmente e metaforicamente). No final da década de 90, após finalizar várias histórias (as quais foram reunidas na edição "Capa Preta" da editora Comix Zone!), o autor resolve parar de trabalhar com quadrinhos e se dedicar em outras áreas. Foi daí que nasceu o trabalho para a Editora Devir ilustrando capas de livros de RPG e, após anos deste ofício, resolve fazer um quadrinho de um personagem amável (ou odiável?) e lançar sua história em quatro partes respectivamente entre 1999 e 2002.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Além disso, é necessário falar do pai do Mutarelli. Seu pai foi sua principal inspiração para criação do detetive noir Diomedes que protagoniza a história, trazendo muita carga emocional à história.

 

Seguindo na ordem de publicação: em 1999 lança "O Dobro de Cinco", 2000 lança "O Rei do Ponto", em 2001 e 2002 lança a parte 1 e parte 2 de "A Soma de Tudo". 

 

O detetive Diomedes é tudo que não viamos em um detetive de história em quadrinhos. Barrigudo, baixinho, falador, cheio de artimanhas, não se mete em brigas e tenta resolver seus casos sem ter resolvido sua própria vida pessoal. Um dia, um cliente bate na porta de sua salinha de Detetive Particular (já que usa desse trabalho para complementar a renda mensal) pedindo ajuda para encontrar um mágico chamado Enigmo que desapareceu há décadas. Partindo desse princípio, personagens marcantes como a esposa do detetive, um palhaço, um domador de leões que se anestesia com tranquilizantes, cartomantes, uma viagem intercontinental, uma feira de quadrinhos em Portugal, uma alma, a história te faz acompanhar Diomedes por situações que só poderia ter saído da cabeça de Lourenço Mutarelli. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O quadrinista usa e abusa de forma positiva do nanquim, fazendo contrastes de luz e sombras além de mudanças anatômicas, viradas e de páginas e técnicas narrativas providenciais que fazem a história melhorar cada vez que avança. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A edição da quadrinhos na cia compila os quatro álbuns lançados anteriormente pela Devir e contém extras (uma história em tiras, cadernos de esboços e um texto sincero e muito singelo do Mutarelli contando como foi construir a história, inspirações e palavras de amor ao pai).

 

Se você até agora não está convencido a comprar essa hq: olhe quantos prêmios esta hq já venceu

 

 

Convencido? 

Diomedes já nasceu clássico. Mutarelli criou um personagem de histórias em quadrinhos mais humano do que muitas pessoas por aí. 

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